segunda-feira, 24 de junho de 2013

Negritude Césaire - Negritude Senghor

Negritude Césaire - Negritude Senghor





minha negritude não é uma pedra, sua surdez gritada contra o clamor do dia
minha negritude não é uma nódoa de água morta no olho morto da terra
minha negritude não é nem uma torre nem uma catedral
ela mergulha na carne rubra do chão
ela mergulha na carne ardente do céu
ela perfura o golpe opaco de sua destra paciência
Aimé Césaire – do cahier d’un retour au pays natal

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minha negritude não é sono da raça ela é sol do espírito, minha negritude é ver & viver
minha negritude é enxada na mão, lança em punho
recado. não é questão de beber de comer o instante que passa
azar se me enterneço sobre as rosas do cabo verde!
minha tarefa é a de despertar o meu povo aos futuros flamejantes
minha alegria de criar imagens para nutri-lo, oh luminosidades ritmadas da Palavra!
Léopold Sedar Senghor – élegie des alizés




segunda-feira, 20 de maio de 2013

O Centro Afro Carioca de Cinema apresenta: Semana Zózimo Bulbul


Semana Zózimo Bulbul, que irá acontecer no Centro Afro Carioca de Cinema - Zózimo Bulbul.
De 20  a 24 de maio serão exibidos os filmes abaixo, entrada franca;
Todos os dias à partir 18:30 - No Centro Afro Carioca de Cinema - Zózimo Bulbul - Joaquim Silva, 40 - Lapa /Rio de Janeiro.

20
ABOLIÇÃO – Documentário- 150’ – 1988- Livre
Direção: Zózimo Bulbul
Através de um olhar preto, Zózimo resgata os 100 anos da Lei Áurea, questionando que tipo de abolição houve neste país de desigualdade e racismo.
Antes da exibição haverá debate com Edinho Alves (iluminador do filme), Flavio Leandro (Assistente de Direção do Filme) e Ruth Pinheiro (militante do movimento negro)

21
ANICETO EM DIA DE ALFORRIA – Documentário- 12’ – 1981 - Livre
Direção: Zózimo Bulbul
A trajetória de um compositor, Fundador de uma Escola de Samba e militante no Cais do Porto: Aniceto do Império Serrano.
A DEUSA NEGRA – Ficção -  96’ -  1978 -  12 anos
Diretor: Ola Balogun (Nigéria)
O africano, Babatunde, vem ao Brasil em busca de seus ancestrais e revive, pelos caminhos mágicos do candomblé, o percurso de seu ancestral escravo, Oluyole.

22
ALMA NO OLHO- Ficção – 11’ – 1974 – Livre
Direção: Zózimo Bulbul, Rio de Janeiro
Considerado por críticos como o melhor trabalho de Zózimo Bulbul, faz uma reflexão sobre a identidade negra no Brasil, através de mímica e linguagem corporal focando a origem africana, a colonização européia e a liberação através da identidade cultural.

COMPASSO DE ESPERA - Ficção - 98' - 1973 –16 anos
Direção: Antunes Filho
Jorge (Zózimo Bulbul), poeta e publicitário que administra uma relação de trabalho e cama com uma mulher branca mais velha, se apaixona e vive um romance com Cristina, uma jovem mulher branca e rica (Renée de Vielmont), passando a vivenciar inúmeras situações de preconceito.

23
SAMBA NO TREM – Documentário - 22’ – 2005 - Livre
Direção: Zózimo Bulbul
Documento sobre a celebração do Dia Nacional do Samba.
           
REPUBLICA TIRADENTES – Documentário - 36’ - 2005 - Livre
Direção: Zózimo Bulbul
"República Tiradentes" é uma homenagem principalmente à origem das gafieiras.
24
PEQUENA ÁFRICA – Documentário - 14’ – 2002 - Livre
Direção: Zózimo Bulbul
Pequena África apresenta a Praça XI, a Central do Brasil, Gamboa, Saúde e bairro de Santo Cristo de hoje, e que eram conhecidos nos idos de 1850 até 1920 como "Pequena África", por terem sido locais habitados por escravos alforriados no período imperial e depois deste.

Zona Carioca do Porto  - documentário – 28’ – 2006 – Livre
Direção: Zózimo Bulbul
O filme foca a Zona Portuária e toda a sua importância na História do Estado do Rio de Janeiro. É baseado na resistência e na ancestralidade dos africanos que lá chegaram, habitaram e construíram esse local, e parte da resistência cultural de nosso povo.


ZÓZIMO BULBUL
Ator, Diretor e Produtor, é um dos maiores expoentes da Cinematografia afro brasileira, Zózimo Bulbul fez da história do povo negro no Brasil o seu caminho através do cinema. Como ator, trabalhou em mais de 30 filmes, atuou em clássicos como “Terra em Transe” (Glauber Rocha), “Compasso de Espera” (Antunes Filho), “5X Favela” (Leon Hirstman)  e “Filhas do Vento” (Joel Zito Araujo), entre outros.
Insatisfeito com a condição reservada aos negros nas telas decidiu escrever e dirigir seus próprios filmes. Em 1974 estreou como diretor com o curta “Alma no Olho”. Em 1988 lança seu primeiro longa metragem, “Abolição” que acumula prêmios em festivais em todo o mundo. Produtor e roteirista ele realizou, inúmeros curtas e um longa, todos com o foco na valorização da cultura negra no Brasil.

Hoje tem - ABOLIÇÃO - de Zózimo Bulbul

Hoje no Centro Afro Carioca de Cinema
Rua Joaquim SILVA, 40 - Lapa  - Rio de Janeiro
À partir das 18:30
20 de maio: 


ABOLIÇÃO – Documentário- 150’ – 1988- Livre
Direção: Zózimo Bulbul
Sinopse:
Produzido em 1988, faz o resgate de 100 anos de abolição no país, através de um olhar preto. Entrevistas com personagens importantes para a preservação da cultura, como Abdias do Nascimento, Lélia Gonzalés, Beatriz do Nascimento, Grande Otelo, Joel Ruffino, Dom Elder Câmera em contraposição com D. João de Orleans e Bragança e Gilberto Freire. Um importante documento das ideias desses pensadores, como também de presidiários, mendigos e artistas populares na sua maioria negros. Questiona que tipo de abolição houve neste país já que a situação 100 anos depois continuava de muita luta, desigualdade e racismo.

Antes da exibição haverá debate com Edinho Alves (iluminador do filme), Flavio Leandro (Assistente de Direção do Filme) e Ruth Pinheiro (militante do movimento negro).





quinta-feira, 25 de abril de 2013

Carlos Mariguella


A postos para o seu general
Mil faces de um homem leal (2x)
Protetor das multidões
Encarnações de célebres malandros
De cérebros brilhantes
Reuniram-se no céu
O destino de um fiel, se é o céu o que deus quer
Tô somado, é o que é, assim foi escrito
O mártir, o mito
Um maldito sonhador
Bandido da minha cor
Um novo messias
Se o povo domina ou não
Se poucos sabiam ler
E eu morrer em vão
Leso e louco sem saber
Coisas do brasil, super-herói, mulato
Defensor dos fracos, assaltante nato
Ouçam, é foto e é fato a planos cruéis
Tramam 30 fariseus contra moisés, morô
Reaja ao revés, seja alvo de inveja
Irmão, esquinas revelam a sina de um rebelde, oh meu
Que ousou lutar, amou a raça
Honrou a causa que adotou,
Aplauso é pra poucos
Revolução no brasil tem um nome
Vejam o homem
Sei que esse era um homem também
A imagem e o gesto
Lutar por amor
Indigesto como o sequestro do embaixador
O resto é flor, se tem festa eu vou
Eu peço, leia os meus versos, e o protesto é show
Presta atenção que o sucesso em excesso é cão
Que se habilita a lutar, fome grita horrível
A todo ouvido insensível que evita escutar
Acredita lutar, quanto custa ligar?
Cidade chama vida, que vais por quem ama
Clama por socorro, quem ouvirá?
Crianças, velhos e cachorros sem temor
Clara meu eterno amor, sara minhas dores
Pra não dizer que eu não falei das flores
Da bahia de são salvador brasil
Capoeira mata um mata mil, porque
Me fez hábil como um cão
Sábio como um monge
Antirreflexo de longe
Homem complexo sim
Confesso que queria
Ver davi matar golias
Nos trevos e cancelas
Becos e vielas
Guetos e favelas
Quero ver você trocar de igual
Subir os degraus, precipício
E vida difícil, povo feliz
Quem samba fica,
Quem não samba, camba
Chegou, salve geral da mansão dos bamba
Não se faz revolução sem um fura na mão
Sem justiça não há paz, há escravidão...
Revolução no brasil tem um nome...
A postos para o seu general
Mil faces de um homem leal (2x)
Marighella
Essa noite em são paulo um anjo vai morrer
Por mim, por você, por ter coragem em dizer

Ella Fitzgerald - Diva!